2018年12月17日 星期一

在里斯本遇上令人神往的人文景觀(中葡文版)

       
        妻子已經第四年踏足越來越教人著迷的里斯本,喜歡與來自異國的朋友在這個大熔爐一起學習葡語,其樂無窮。前年,陪妻子到里斯本讀葡語,她上午去上課,我就躲在民宿上網、閱讀。下午,妻子會帶我到處走走,從大街小巷到廣場、博物館,甚或到海灘感受冰冷的大西洋海水,充份領略葡萄牙的風土人情。
       里斯本地貌風貌跟澳門很相似,有相同石仔圖案地磚,有葡式建築樓房,有蜿蜒高低大街小巷。不過,亦有很不一樣,但讓人留下深刻印象的人文景觀,如數家珍。
    在里斯本,我們住在一條非常繁忙的交通要道旁,由一位來自北京女士經營的大房子,住著十多戶來自中國的新移民,有的是偷渡來,一邊打臨時工一邊等中介公司幫忙辦入籍有的全家都來了,已安居樂業;有的準備進大學讀葡語。很多個晚上我們無法入睡,簡直像睡在路旁一樣。但是,房東跟我說生活就是要克服艱困,漂洋過海,有命在異國生存,已屬萬幸,所以夜夜都能安然酣睡。房東雖然置身歐陸文化風情的葡萄牙,已經入籍,會說日常的葡語,但仍然過著中式生活,吃中國菜,勤快賺錢,每天營營役役打理租客及樓下百貨店業務。
        來到里斯本,始發現很多來自中國的新移民都篤信基督教,房東亦如是,從一個無神論新移民,為了能在異鄉立足,為了克服孤寂,為了得到心靈及精神的慰藉,房東會有幾個傍晚上詩歌班,主日崇拜聚會後,又回到自己的崗位繼續拼搏。
        就像存在主義哲學家卡謬(Albert Camus)筆下的薛西弗斯小神,周而復始把石頭推上尖峰。為房東而言,時間就是金錢,賺錢就是生活,花一點時間上教會是心靈撫慰,別跟她說葡萄牙人過的慢活,坐在太陽傘下喝咖啡及啤酒,吃葡及牛角包等等樂事。我又想起馬克斯.韋伯Max Weber的經典作品《新教倫理與資本主義精神》一書說:「新教倫理一方面強調消費的節制,二方面則強調自願勞動的重要性,鼓勵人們不可以虛度光陰,否則會浪費掉上帝賜與人們的寶貴時間。」卡謬及韋伯説得很準!佩服!
        在澳門生活超過半世紀,非常理解葡萄牙人是一個浪漫的民族,於是,你只能忍受他們的行政異常煩瑣複雜。妻子要辦一個地鐵月票,竟然要填一張超出所需資料的表格,還要等一天,再回到辦票的地鐵站辦公亭才能拿到。在里斯本坐地鐵,沒有台灣人自豪的博愛座,亦沒有港澳人非要看齊台灣不可的優先座。人人平等,腰板挺直的長者從頭站到尾,誰要人讓座,非得自己主動開口不可,總會有人樂意讓座。有位沒人座,有需要卻不敢座的畸形社會文化在里斯本可以說絕跡。在車廂內,不時有盲人乞丐穿梭討錢,異常受到尊重及包容。這種沒有博愛座但充滿人情味,行乞但不覺得討厭的人文景觀是別處難遇上的。
        在里斯本,葡萄牙人同中國人一樣,喜歡沒有車就過馬路。坐公車也好,買東西也好,或是在地鐵充值也好,你都會碰到以人為本的場面。像我們是遊客,上了公車,無卡可拍,只好付零錢,我對歐羅硬幣一竅不通,當然手足無措,好心司機會在我的手掌零錢堆裡挑出等值車資硬幣投進錢箱,就算後面大排長龍,司機仍然氣定神閒,沒半點不奈煩,後面排隊的乘客亦毫無怨言。原來,低效率是一種人際美德。
        說到低效率,不僅是另類人際美德,更是慢活的最佳寫照。本地人,甚至來自世界的旅客都喜歡里斯本,整個夏天日長至晚上九點,陽光普照,極少下雨,充份滿足及彌補歐洲人冬日失去的陽光與溫暖。在里斯本,坐了好幾趟船遊覽河岸風光,在船上,一件救生衣都沒看過。在船欄邊,沒有船員會跟你說這裡不能站,或是要看緊小孩。那一份自由自在,完全是過去沒有感受過的。
        在里斯本,到處的牆壁都被塗鴉,為老舊建築添上不羈的朝氣。澳門的牆壁亦有塗鴉,但就充滿說教宣傳色彩,欠缺了那份自在、創意、包容及美感。里斯本滿街都是白鴿,牠們尤其喜歡在偌大的廣場或綿延不絕的海岸出沒,既不怕人,人亦不怕禽流感。在奧古斯都大街閒逛,沿路上的店鋪櫥窗非常懷舊古雅,綠色木框裡不但盛載著各式各樣的物品,原來,還剩滿了我童年的記憶。小時候的澳門,有很多葡式店舖,或賣葡酒,又或葡式芝士洋酒。我恍然大悟,以為自己一直過著道地中國人的生活,卻在生活肌理中被葡國文化潛移默化。來到這裡,似是故地重遊,更像是重返童年,重拾童趣,一下子,熱淚盈眶。   
        近年,葡國旅遊業發展迅速,旅遊出口經濟占全國GDP 7%。來自世界各地的旅客激增,無論參觀博物館,又或光顧葡撻專門店,隨時要排隊超過一個小時。妻子已經第四年去里斯本,一直喜歡上市場買冰鮮豬肉或排骨,拜夏天日照長所賜,蔬果生薑多汁美味。可是,由於遊客激增,必須大量生產種植,食物質素已失去本有的優勢。雖然如此,葡萄牙食物價格及名牌奢侈品,仍是歐洲最便宜,最有競爭力的旅遊之都。
                慢活的葡萄牙人還是很願意花心思保存食物,展開別具一格的共享經濟。他們成立了一個名為FRUTA FEIA的消費合作組織,志在珍惜好水果,破除單憑外觀決定質素的陋習,推廣一種可以改變傳統消費模式的市場運動,即所謂的「醜陋水果」。原來,葡萄牙有30%的水果被浪費掉,只因為賣相醜陋,其實質量上乘,可口味美。「醜陋水果」於201311月開始營運,除了農民以外,亦招務會員及義工參與,每週逃過浪費厄運的蔬菜水果約10噸,滿足大眾價廉物美的訴求。反觀澳門,食物浪費深信比葡國嚴重,尤其大型博彩業旗下的食肆,每天浪費的自助餐食物更驚人,FRUTA FEIA這種人文景觀真的值得澳門借鏡及推廣。
                 耳聞目睹,葡萄牙人偏愛重口味飲食,攝取鹽量嚴重超標,據報,在葡國有超過一半人口超重,原因是他們太愛吃,大魚大肉、甜點、咖啡、冷飲、紅酒都愛不釋手。80%的老年人患有肥胖症,高血壓和心血管病發病率持續高企。葡萄牙人的運動習慣也不佳,只有27%的人有每天適度鍛煉的行為,即運動半小時左右,從來不運動的人占總人口的41.8%。怎能不說葡萄牙人是今朝有酒今朝醉的浪漫民族。到處都是露天茶座,任何時候都座無虛席,一天下來,傳來的救護車響鬧聲不絕於耳,但在露天茶座享受美食的葡萄牙人卻視作等閒事。
        在葡萄牙,如同港澳一樣,公立醫療便宜,但輪候多時,私立醫療成效又快又好,但自然得多付鈔票。現時約有超過2萬華人住在葡國,遇上生病總習慣看來自中國或台灣的傳統中醫,離不開吃中藥,又或是推拿按摩、針灸拔罐等治病方式。面對葡萄牙人的健康情況日益嚴峻,這樣的人文景觀的確讓人憂心。近十多年,澳門公務機關,特意從香港引進善長筋醫學的中醫生來澳開班,教導澳門公務員如何透過非藥物的方式治病,換言之,只透過推拿按摩,更多是活動經筋等運動治病,這樣的人文醫療景觀值得葡萄牙參考,筋醫學也許是挽救今天葡國人健康的良方妙藥。
       每年,都有很多澳門朋友到里斯本,無妨在忙碌之餘,欣賞葡萄牙的人文景觀,別有一番得著及寫意在心頭。

O fascinante panorama cultural de Lisboa

Este é já o quarto ano da minha mulher na apaixonante cidade de Lisboa. É neste caldeirão cultural que ela, juntamente com outros alunos de variadíssimas nacionalidades, estuda português. Há dois anos acompanhei-a na sua vinda a Portugal. Enquanto de amanhã ia às aulas, eu ficava em casa, a ler ou a navegar na internet. De tarde, levava-me a passear, passando por ruas, ruelas, avenidas, praças e museus e, por vezes, chegando até à beira-mar, onde sentíamos o frio da água do Oceano Atlântico, saboreando toda a cultura e costumes de Portugal.
Lisboa e Macau são muito semelhantes em termos paisagísticos. Ambos têm a mesma calçada, os edifícios de estilo português e as ruas cheias de subidas e descidas. São também diferentes em muitos aspetos, mas o impressionante panorama cultural de Lisboa tem algo de muito familiar. 
Vivíamos numa rua muito movimentada, numa casa de uma senhora de Pequim, juntamente com mais de uma dezena de recém-chegados imigrantes chineses. Alguns entram ilegalmente, fazendo alguns trabalhos esporádicos, enquanto esperam que uma empresa intermediária os ajude no processo de regularização. Vários trazem a família inteira, satisfeitos com a confortável situação de emprego e residência neste país. Outros vêm ainda para estudar e aprender português. Passámos várias noites sem dormir. Era como se os carros estivessem a passar mesmo ao lado da nossa cama. A senhoria disse-me, no entanto, que consegue dormir sem dificuldade. Dizia ela que vida é feita de obstáculos. Atravessar o oceano para viver num país estrangeiro, só por si, já é uma grande felicidade. Embora esta senhora viva rodeada pela cultura europeia em Portugal, já possua nacionalidade portuguesa e fale português no seu dia-a-dia, ainda vive muito ao estilo chinês, comendo comida chinesa, trabalhando arduamente e gerindo diariamente a pensão e uma loja. 
Depois de chegar a Lisboa, comecei a aperceber-me de que muitos imigrantes chineses são cristãos. É o caso da nossa senhoria. Originalmente ateia, como forma de criar raízes num país estrangeiro, combater a solidão e encontrar algum conforto espiritual, começou a participar, regularmente, em encontros do coro e a ir à missa ao domingo. 
É como o pequeno deus Sísifo descrito pelo filósofo existencialista Albert Camus, obrigado a empurrar a mesma pedra até ao topo de uma montanha. Para a senhoria, tempo é dinheiro, e dinheiro é vida. Por isso, passar algum do seu tempo na igreja é algo reconfortante. Nem lhe falem do estilo de vida português, passado debaixo do guarda-sol, bebendo um café ou uma cerveja e comendo pastéis de nata ou croissants. Isto fez-me lembrar uma passagem de outra obra muito conhecida, desta vez de Max Webber, chamada “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”, onde diz: “A ética protestante, por um lado, dá enfâse ao consumo moderado, e por outro enfatiza a importância do trabalho voluntário, encorajando as pessoas a não desperdiçarem o seu tempo, pois estarão a desperdiçar o tempo precioso dado por Deus a todos nós”. Camus e Webber tinham toda a razão!
Tendo já vivido em Macau mais de meio século, compreendo que o povo português é um povo muito romântico, por isso não existe forma de evitar o seu complicadíssimo sistema administrativo. Para a minha mulher obter um passe mensal de metro teve de preencher um formulário com uma série de informações irrelevantes e esperar um dia até poder voltar à bilheteira e levantar o passe. No metro de Lisboa não existem lugares de cortesia como em Taiwan (de que tanto se orgulham), ou lugares prioritários como em Hong Kong ou Macau. As pessoas são todas iguais, idosos ficam de pé desde a primeira até à última paragem. Se alguém se quiser sentar, terá de pedir e haverá sempre alguém disposto a oferecer o seu lugar. Pode-se dizer que a cultura de precisar de sentar, mas não ter coragem para tal, é inexistente em Lisboa. Dentro das carruagens, pedintes cegos que aparecem de vez em quando são tratados com respeito. Um panorama cultural como este, sem lugares prioritários, mas humano, onde pedintes são tratados com respeito é algo difícil de encontrar. 
Em Lisboa, os portugueses, tal como os chineses, simplesmente atravessam a rua quando não vem nenhum carro. Tanto em transportes públicos, como nas compras ou ao recarregar um passe, podemos muitas vezes deparar-nos com situações de caráter humano. Um turista, como nós, que entra num transporte público sem passe e por isso precisa de pagar com dinheiro, mas naturalmente não conhece bem o euro, ver-se-á naturalmente atrapalhado. Porém, numa situação como esta o motorista irá ajudá-lo, tirando o valor correto da mão do mesmo com total calma, independentemente do tamanho da fila, e sem tão pouco ser ouvida queixa alguma dos restantes passageiros à espera. Afinal parece que uma certa ineficiência se transforma em virtude nas relações humanas. 
Falando em ineficiência, esta não só dá lugar à virtude humana como é o melhor retrato de um modo de vida calmo. Os locais, tal como estrangeiros de várias partes do mundo, adoram Lisboa. Durante todo o Verão o sol só se põe por volta das nove da noite. O seu brilho e a chuva rara ajudam a compensar a falta de luz e calor na Europa durante o Inverno. Andei várias vezes de barco nesta cidade, apreciando a paisagem das margens do rio, e não vi uma única vez um colete salva-vidas. Nenhum funcionário nos avisa para não estarmos perto do corrimão, ou ter cuidado com crianças. Existe um espírito muito livre, como nunca senti antes. 
Em Lisboa, as ruas estão cobertas de graffitis, dando aos edifícios antigos um espírito rebelde. Também existem graffitis nas ruas de Macau, mas são apenas propaganda colorida, carecendo de liberdade, criatividade, tolerância e beleza. A cidade também está repleta de pombos, podendo ser encontradas em praças ou perto da costa. Não têm medo das pessoas, nem as pessoas têm medo de gripe das aves. Passeando pela Rua Augusta, as montras das lojas têm para mim um ar de nostalgia elegante, e os seus caixilhos verdes, além de emoldurarem vários produtos, contêm também em si memórias da minha infância. Quando era pequeno, existiam em Macau muitas lojas portuguesas que vendiam vinho ou queijo portugueses. Foi aí que me apercebi que, embora vivesse uma vida genuinamente chinesa, estava rodeado de cultura portuguesa. Chegar a Lisboa foi por isso como uma viagem ao passado, um regresso à minha infância. Fiquei extremamente comovido. 
Nos últimos anos, a indústria do turismo em Portugal tem-se desenvolvido a uma grande velocidade, e a economia da exportação e do turismo ocupa 7 por cento do PIB nacional. Turistas de todo o mundo, quer seja para visitar museus ou entrar nas tradicionais confeitarias de pastéis de Belém, têm muitas vezes de esperar mais de uma hora em filas. A minha mulher, sendo este já o seu quarto ano em Lisboa, sempre gostou de ir ao mercado comprar carne de porco e costeletas frescas ou fruta e vegetais suculentos para aos longos dias de verão. Porém, devido ao aumento de turistas e à necessidade de uma produção com um foco mais quantitativo, a qualidade dos produtos foi afetada. Mesmo assim, a comida portuguesa e os produtos de luxo continuam a ter em Lisboa os preços mais baratos e competitivos de uma capital europeia. 
Os portugueses, com o seu estilo de vida calmo, ainda dão grande importância à preservação da comida, desenvolvendo até uma economia de partilha. Foi criada assim uma cooperativa chamada “Fruta Feia”. Esta iniciativa procura valorizar boa fruta, e quebrar a ideia de que a qualidade é baseada na aparência, promovendo assim um mercado que mude este padrão de consumo. Aparentemente, 30 por cento da fruta portuguesa, apesar da sua alta qualidade, é desperdiçada apenas por ser inestética. Este projeto, que teve início em novembro de 2013, além de contar com a participação de agricultores, convida também a que membros e voluntários se juntem, semanalmente, para ajudar a salvar uma tonelada de fruta e vegetais de alta qualidade e a baixo preço. Em Macau, o desperdício será, certamente, ainda superior ao português, devido às impressionantes quantidades de comida desperdiçada em áreas de buffet de espaços de jogo. Macau deveria realmente aproveitar este conceito e promovê-lo. 
Os portugueses são conhecidos pela dieta pesada. O consumo de sal da população é bastante elevado, e segundo dados estatísticos mais de metade está acima do peso ideal. A razão é simples, os portugueses adoram comer, desde peixe, carne, doces, café, refrescos e vinho. Cerca de 80 por cento da população idosa sofre de obesidade, e casos de hipertensão arterial e doenças cardiovasculares são extremamente comuns. Os portugueses também não possuem bons hábitos de exercício físico. Apenas 27 por cento da população pratica exercício físico na duração diária recomendada, aproximadamente meia hora. E 41,8 por cento não fazem qualquer atividade física regular. Não podemos negar que os portugueses são um povo romântico que vive no momento. As esplanadas estão permanentemente cheias, e ao final do dia as sirenes das ambulâncias ressoam nos ouvidos. Porém, os portugueses, sentados a apreciar a sua comida, parecem não se preocupar. 
Em Portugal, tal como em Hong Kong e Macau, os serviços de saúde públicos são baratos, mas muitas vezes os serviços privados são melhores e mais rápidos, e por isso naturalmente bastante mais caros. Atualmente vivem mais de 20 mil chineses em Portugal, que em caso de doença estão habituados a medicina chinesa, vinda da China continental ou de Taiwan, tomando medicamentos tradicionais chineses ou outros tratamentos como massagens, acupuntura ou ventosaterapia. Numa altura em que a saúde da população portuguesa está continuamente a piorar, um contexto cultural como este é uma verdadeira preocupação. Há mais de uma década que órgãos governamentais de Macau, através de especialistas em medicina chinesa vindos diretamente de Hong Kong, ensinam a funcionários públicos de Macau formas de tratamento sem o uso de medicamentos, oferecendo assim tratamento apenas através de massagens, e muitas vezes exercício físico como alongamentos. Portugal deveria considerar a implementação de uma medicina como esta, pois poderá muito bem ser a cura para muitos dos problemas de saúde da população portuguesa. 
Todos os anos, muitas pessoas de Macau visitam Lisboa. Não há mal nenhum em tirar umas férias da vida agitada para apreciar o panorama cultural de Portugal, experienciando assim um outro tipo de conforto. 
Francis Choi*-Plataforma Macau 17.08.2018 
*Académico





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